Famílias denunciam falta de medicamentos nas farmácias de alto custo na região de Presidente Prudente
Famílias enfrentam faltas de medicamento do Alto Custo na região de Presidente Prudente (SP) AI/AME de Presidente Prudente O uso de medicamentos disponibiliza...
Famílias enfrentam faltas de medicamento do Alto Custo na região de Presidente Prudente (SP) AI/AME de Presidente Prudente O uso de medicamentos disponibilizados gratuitamente pelo estado, a partir das farmácias de alto custo, tem sido um desafio para pacientes da região do oeste paulista. Isso porque a falta deles prejudica diretamente o tratamento. Em Rancharia (SP), por exemplo, o g1 e a TV TEM noticiaram a falta de quase 70 remédios, em 24 novembro. A prefeitura informou ter recebido uma promessa do estado de reposição até 28 de novembro, o que não ocorreu. 📲 Participe do canal do g1 Presidente Prudente e Região no WhatsApp Veja os vídeos que estão em alta no g1 Já em Álvares Machado (SP), a prefeitura informou, na terça-feira (9), que estava com 27 medicamentos em falta do componente especializado da assistência farmacêutica. O Executivo não disse se havia previsão de receber os itens. A mesma situação é vivida por famílias que moram em Presidente Prudente (SP). Ao g1, a advogada Juliana Cristina Braga lamentou a situação que enfrenta com a falta de remédios para o tratamento do filho João Eduardo, de 14 anos. "Eu tenho crises de ansiedade e pensar se vai ter ou não o medicamento me deixa muito tensa", destaca. Juliana Cristina Braga lamenta a falta de remédios de alto custo para o filho de 14 anos Juliana Cristina Braga/Arquivo pessoal João Eduardo tem déficit no crescimento e o medicamento chamado somatropina 12 UI ajuda no tratamento hormonal. "Não sentia nada fisicamente, mas ele praticamente não crescia. Com 12 anos, ele estava com 1,35 metro", afirma a mãe. Para 12 anos, a média ideal seria de 138,1 cm a 161,9 cm de altura em meninos, conforme especialistas. Diante disso, a família procurou um endocrinologista e João Eduardo começou o tratamento há quase sete meses com remédios de alto custo. "Nesses sete meses, ele já cresceu seis centímetros. É de suma importância o medicamento", reforça Juliana. Para o tratamento, o jovem precisa de 13 ampolas por mês, de forma contínua. Entretanto, devido à mudança de transportadora do medicamento, a falta dele é recorrente há, pelo menos, três meses, segundo a mãe. Juliana só conseguiu pegar o item no mês passado porque outro paciente fez a devolução do mesmo remédio no período. Se fosse para comprar de forma particular, cada unidade do medicamento custa em média R$ 200. Neste caso, para suprir a necessidade da família, seriam necessários em torno de R$ 2.600 por mês. Especialista explica A Somatropina, segundo explica o endocrinologista André Câmara, é “uma forma sintética do hormônio de crescimento (GH)” usada principalmente em crianças e adolescentes com deficiência comprovada desse hormônio. Também pode ser indicada para adultos com deficiência de GH e para alguns quadros específicos de baixa estatura, como síndrome de Turner, síndrome de Prader-Willi e crianças que nasceram pequenas para a idade gestacional e não recuperaram o crescimento. O medicamento atua estimulando receptores no fígado, nas cartilagens de crescimento e em outros tecidos, aumentando a produção de IGF-1 — substância que impulsiona o crescimento ósseo, melhora a composição corporal e acelera a velocidade de crescimento em quem ainda está em fase de desenvolvimento. “Quando o tratamento é interrompido de forma abrupta em um adolescente que ainda tem cartilagens de crescimento abertas, a consequência principal é queda imediata da velocidade de crescimento, com risco real de perda de parte do potencial de altura final se essa interrupção se prolongar”, alerta o médico. Para o especialista, é essencial reforçar a importância do acompanhamento regular com um endocrinologista, seguir protocolos oficiais e manter rigor na aplicação diária, normalmente à noite e por via subcutânea. Também é necessário fazer rodízio dos locais de aplicação, armazenar corretamente o medicamento e realizar exames periódicos. Caso falte o remédio, a orientação é comunicar o médico para replanejar doses e evitar qualquer ajuste por conta própria. O médico conta que, no mercado particular, um frasco de somatropina 12 UI costuma variar de R$ 150 a R$ 350. Como muitos adolescentes precisam de vários frascos ao mês, o custo facilmente ultrapassa R$ 1 mil, o que torna o acesso pelo SUS fundamental para garantir continuidade ao tratamento. O que dizem os responsáveis A Prefeitura de Rancharia informou, na quinta-feira (4), que toda medicação de alto custo é de responsabilidade e distribuição do governo federal, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). "Não cabendo ao município o fornecimento direto desses produtos. É recebido mensalmente, sendo que em dezembro houve falta dos itens", explica. Como o município não recebeu o envio estadual em dezembro, a próxima remessa dos 68 medicamentos em falta deve ser despachada em janeiro de 2026. Em Presidente Prudente, a prefeitura informou que, como os medicamentos são de alto custo, quem responde por eles é o estado. Já a Prefeitura de Álvares Machado não deu mais detalhes além dos já citados acima. O g1 também procurou a Secretaria de Estado da Saúde. A pasta informou que está apurando os casos e se posicionará assim que possível. Veja mais notícias no g1 Presidente Prudente e Região VÍDEOS: assista às reportagens da TV TEM